Na frase: «O avô tinha o livro na estante», «na estante» pode ser considerado complemento oblíquo?
Ou é modificador do grupo verbal?
Obrigada.
Gostaria de retirar uma dúvida acerca da tradicional divisão da gramática entre Morfologia e Sintaxe.
De uma forma geral, nos livros que já tive acesso, a distinção entre essas duas partes se dá da seguinte forma: a Morfologia estuda a estrutura das palavras e sua classificação de forma isolada e a Sintaxe estuda como as palavras se articulam e qual função ocupam no interior de uma oração. Essa classificação é questionada pelos estudiosos da área?
Parece-me muito simplista esse tipo de divisão, uma vez que mesmo na analise morfológica o contexto da frase é importante e temos que analisar como o termo se articula no interior da frase, sendo que um mesmo vocábulo pode pertencer a classes gramaticais de acordo com a situação.
Exemplo: «O sambar da mulher é bonito»
Nesse caso, "sambar" é um substantivo e não um verbo como em «Eu amo sambar».
«Existe bastante flor no jardim»
Nesse caso, "bastante" é adjetivo e não um advérbio como em «Eu comi bastante bolo».
Tendo em vista o questionamento supracitado, o que acham? Existe algum conceito que seja mais preciso para diferenciar a Morfologia e a Sintaxe?
Obrigado.
Gostaria de saber se a palavra yucateco é admitida na língua portugesa.
Vi-a nesta oração: «A palavra sabukatán é um termo yucateco, da península de Yucatán, no México».
Ainda sobre essa palavra, não tenho certeza se podemos escrevê-la com inicial maiúscula ou minúscula: é o nome de uma língua indígena, mas acredito que deveríamos escrevê-lo com minúscula.
No texto, observei que a editora preferiu manter as palavras em espanhol: yucateco – "iucateco" em português?
E Yucatán – "Iucatã" em português?
Muito obrigada.
É sabido que algumas profissões aparecem nos dicionários como «nome masculino».
Embora comandante seja um nome com dois géneros, subcomandante aparece em alguns dicionários como masculino (como no caso da Infopédia).
A minha dúvida é a seguinte:
Se realmente o género de subcomandante é apenas masculino, como se deveria chamar a uma mulher que ocupa esse cargo?
«A Isabel é o subcomandante da marinha» ou «A Isabel é a subcomandante da marinha»?
Agradecia que me clarificassem quando «garantir que...» pede conjuntivo.
As seguintes frases não me parecem corretas:
a) «Como vamos garantir que todos os que nos procuram serão tratados com a dignidade e a humanidade que merecem?»
Não devia ser «SEJAM tratados»?
b) «Como garantir que a inteligência artificial será ética e segura?»
c) «Temos agora de garantir que os governos respondem à chamada.»
d) «Como garantir que Portugal ficará pobre para sempre?»
Obrigadíssima.
Na frase «A aluna pediu para ir à casa de banho», qual a função sintática da oração «para ir à casa de banho»?
Esta frase encontra-se em dois manuais de Português com soluções diferentes: num é complemento direto, noutro é complemento oblíquo.
Neste último caso, é dada a seguinte explicação: «Quando o verbo pedir é seguido pela preposição para e uma oração subordinada substantiva, a oração subordinada funciona como complemento oblíquo, indicando a finalidade da ação. assim, "para ir à casa de banho" indica a finalidade do pedido.»
Estou confusa!
Obrigada!
Afinal, berma tem e fechado ou e aberto? Segundo o Priberam, deve-se ler /é/.
No entanto, encontro respostas no site a aconselharem a alternativa.
Bem hajam!
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, acreditavam ter chegado às Índias, daí chamar os nativos de "índios", o que se constitui em tremendo erro histórico. Como o lugar aonde chegaram foi o Brasil, seus nativos deveriam ser chamados de "brasilgenas", ou "brasigenas", nunca "indígenas".
É correto pensar assim?
Em recente concurso público para professores no Brasil, uma das questões pedia ao candidato que identificasse entre as alternativas a frase em que se usava incorretamente o sinal de crase. De acordo com a banca examinadora, o erro, destacado, estaria em «Socorristas enfrentam condições meteorológicas adversas enquanto trabalham para liberar estradas e FORNECER AJUDA ÀS CERCA DE 3500 PESSOAS ainda presas em comunidade isoladas».
Em minha argumentação, tentei demonstrar que na frase em questão não haveria erro por tratar-se de um verbo bitransitivo (fornecer) regendo um objeto direto ("ajuda") e um indireto («as cerca de 3.500 pessoas»), sendo que este último, por exigir preposição, admitiria crase em «fornecer ajuda a» + «as cerca de», já que o "as" tratar-se-ia, em princípio, de um artigo definido feminino plural.
Tentando antecipar a contra-argumentação da banca, expliquei ainda que, caso a expressão «a cerca de» fosse iniciada por preposição, o sentido não seria de quantidade aproximada, mas de distância aproximada (p. ex., «a cerca de dez quilômetros») e que, fosse esse o caso, naturalmente não se admitiria crase. Contudo, para minha surpresa, a resposta ao meu recurso foi, literalmente:
«Decisão: Indeferido Argumento: Na frase da alternativa b, a expressão "às cerca de" está errada. A expressão é formada de preposição 'a' e não de crase; além disso, 'às' está no plural quando o termo posterior (cerca) está no singular.»
Apenas isso, sem mais.
Não acho que minha interpretação esteja incorreta. Ao ler passagens como «expressão formada de preposição e não de crase» e ao notar que consideraram um advérbio invariável ("cerca") como «termo no singular», fico com a impressão de que as sutilezas da questão escolhida talvez estejam além da simples aplicação de esquemas reducionistas como os que se vê em https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/acerca-cerca-ha-cerca-de.htm, fonte que acredito ter inspirado o preparador do exame. Contudo, falta-me autoridade para, caso esteja certo, fazer valer meu argumento. Agradeceria imensamente esclarecimentos.
Seja como for, por toda a ajuda e orientação que o Ciberdúvidas tem-me proporcionado ao longo dos anos, registro aqui meus mais profundos agradecimentos. Este site é insuperável, seja na clareza, na amplitude ou na solidez de suas explicações. Que possam continuar sempre assim.
É correto dizer «Morre fulano de tal» no lugar de dizer «Fulano de tal morreu»?
O que me motivou a fazer essa pergunta é o fato de ser, no mínimo, muito comum ver a primeira forma ser utilizada nos noticiários quando uma pessoa famosa falece.
Desde já, grato.
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