Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Classes de palavras
Paulo de Sousa Tradutor Oeiras, Portugal 298

Em contexto político ou governativo, os nomes deputado, mandato e eleito podem ser termos sinónimos?

Ou será que existem diferenças de significado?

O seguinte texto, extraído do website do jornal Expresso (11/03/2024) parece estabelecer uma sinonímia entre os termos:

«No domingo, a Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições legislativas, com 29,49% dos votos e 79 deputados, à frente de PS, de Pedro Nuno Santos, segundo mais votado, com 28,66% e 77 eleitos, e Chega, de André Ventura, com 18,06% e 48 mandatos, de acordo com os resultados provisórios, faltando ainda atribuir os quatro mandatos pela emigração.»

Ana Santos Estudante Porto, Portugal 367

Na frase "Vão direito a casa e daí a pouco toda a aldeia dorme.", extraída do conto "Sempre é uma companhia", de Manuel da Fonseca, o recurso expressivo presente é uma metonímia.

Porquê?

Na minha opinião seria uma personificação.

Como identificar, então, corretamente uma metonímia?

Obrigada pela atenção.

Carla Rosete Professora Silves, Portugal 391

Qual a modalidade e valor modal presentes na frase «Penso que é o problema mais complexo da literatura portuguesa, aquele que requer maior especialização.» (retirada do artigo "A floresta de Camões desbravada", de Luís Miguel Queirós, e publicada no Público).

Na minha perspetiva, pode subentender-se que o locutor exprime certeza relativamente à afirmação que profere, logo estaríamos perante a modalidade epistémica com valor de certeza.

Mas poderá ser que a utilização do verbo pensar remeta para a ideia de possibilidade?

Grace Guerra Matos Enfermeira Bragança, Portugal 383

É sabido que algumas profissões aparecem nos dicionários como «nome masculino».

Embora comandante seja um nome com dois géneros, subcomandante aparece em alguns dicionários como masculino (como no caso da Infopédia).

A minha dúvida é a seguinte:

Se realmente o género de subcomandante é apenas masculino, como se deveria chamar a uma mulher que ocupa esse cargo?

«A Isabel é o subcomandante da marinha» ou «A Isabel é a subcomandante da marinha»?

Maria Gonçalves Professora Lisboa, Portugal 517

Na frase «A aluna pediu para ir à casa de banho», qual a função sintática da oração «para ir à casa de banho»?

Esta frase encontra-se em dois manuais de Português com soluções diferentes: num é complemento direto, noutro é complemento oblíquo.

Neste último caso, é dada a seguinte explicação: «Quando o verbo pedir é seguido pela preposição para e uma oração subordinada substantiva, a oração subordinada funciona como complemento oblíquo, indicando a finalidade da ação. assim, "para ir à casa de banho" indica a finalidade do pedido.»

Estou confusa!

Obrigada!

Luísa Pinto Professora Mouriz/Paredes, Portugal 430

No excerto:

«O último elemento do grupo, o narrador, não era tão sonhador como os outros e, por isso, não via forma nenhuma naquela nuvem. Para não ficar mal perante os outros, ele afirma que vê um hipopótamo. Perante tal afirmação, toda a gente ficou espantada.»

As classes e subclasses das palavras via e para são, respetivamente, verbo principal transitivo direto e indireto (seleciona complemento direto e complemento indireto) e conjunção subordinativa final?

Obrigada.

Juana Maria Salguero Blanco Professora Cáceres, Espanha 404

Qual a diferença entre as palavras carantonha e carranca?

Simão Pinto Estudante Faro, Portugal 451

 

Ana Dias Professora Cantanhede, Portugal 410

Estou com algumas dúvidas na identificação de classe de palavras na expressão: «milhares de turistas»– nesta expressão, «milhares» é um quantificador ou um nome?

Agradeço a vossa atenção.

Diogo Pereira Tradutor São Romão Coronado, Portugal 468

Começo por agradecer o ótimo serviço que prestam aqui no Ciberdúvidas. Tornou-se uma ferramenta extremamente útil para ajudar a melhorar o nosso uso da língua.

A minha questão:

É muito frequente encontrarmos, em ambiente de tradução, expressões em inglês do género: «this feature helps you achieve better results», que, sendo gramaticalmente corretas e seguindo a intenção do texto de partida, traduziríamos como «esta funcionalidade ajuda-o a alcançar melhores resultados».

No entanto, é cada vez mais comum a exigência de neutralidade de género nas traduções. Para conseguirmos essa neutralidade, tem-se visto e usado muitas vezes algo como «esta funcionalidade ajuda a alcançar melhores resultados», sendo que, em alternativa, se poderia dizer algo como «esta funcionalidade dá uma ajuda para alcançar melhores resultados», o que resulta numa frase maior e mais complexa, algo muitas vezes não desejado no ambiente de tradução.

Aproveito para referir que se mantém o verbo ajudar na tradução, uma vez que o texto de partida não pretende dar garantias sobre a eficácia de tal funcionalidade, mas sim indicar que o seu uso pode dar certos resultados.

Este distanciamento é subentendido como uma forma de o autor do texto original de se ilibar de responsabilidades no caso de o uso de tal funcionalidade não dar os resultados pretendidos pelo utilizador da mesma. Neste caso, estamos a omitir o complemento direto.

Sendo ajudar um verbo transitivo, parece errado omitir o complemento direto. No entanto, uma breve pesquisa na Internet revela que o uso de ajudar sem complemento direto, em estruturas semelhantes, está bastante disseminado.

Posto isto, gostaria que me esclarecessem, se possível, se:

– há flexibilidade para omitir o complemento direto e, se sim, em que casos o poderemos fazer;

– a estrutura «ajudar a» + verbo no infinitivo é válida, à luz do exposto acima.

Desde já agradeço a vossa disponibilidade e bom trabalho.