Enquanto sequela já existia em latim, língua em que significava «séquito», prequela é um mamarracho, pelo menos em português. No inglês vale tudo, pois é um idioma que, pela sua estrutura, admite toda a espécie de vocabulário neológico, sem que tal o afecte. De facto, como é extremamente analítico, o inglês aproxima-se das línguas monossilábicas, pelo que até lhe chamam o «chinês do Ocidente».
N. E. (18/06/2013) - A palavra prequela (pronunciada "precuela") encontra-se registada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (quer na versão impressão quer na versão em linha na Infopédia) e no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, com o significado de «obra cinematográfica ou literária cuja história ou enredo serve de antecedente a uma já existente». Não obstante, é ainda uma palavra de construção discutível, à luz dos critérios mais tradicionais aplicáveis à construção de neologismos: é um decalque de prequel, palavra inglesa que resulta da prefixação de pre ao elemento -quel, que a rigor não é um radical nem tem um significado próprio, a não o que advém da forma de que é truncação, sequel (cognato de sequela). Mantém-se a resposta original, documentando como os processos de truncação ou abreviação vocabular inspirados pelos empréstimos do inglês (língua em que tal processo morfológico é muito produtivo) suscitaram no passado recente muitas reservas no plano normativo.