Criada em 2014, no âmbito de um protocolo assinado entre a Universidade de Cabo Verde e o Camões – Instituto de Cooperação e da Língua, a Cátedra Eugénio Tavares tem já instalações próprias, na cidade da Praia. In A Semana e agência Lusa, de 11/05/2016.

As instalações da Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa tiveram inauguração formal na terça-feira, dia 10 p.p., com a presença da presidente do instituto Camões, Ana Paula Laborinho, e de vários professores e representantes universitários de Portugal e Cabo Verde.

Criada no âmbito de um protocolo assinado no dia 17 de Dezembro de 2014, aquando da realização da III Cimeira Luso-Cabo-Verdiana, ocorrida em Lisboa, além de prestar serviços de assessoria e consultoria, a Cátedra tem por missão «desenvolver a investigação, a reflexão crítica na área dos estudos sobre o português e aprovar, coordenar e apoiar projectos de investigação em linguística, literatura, didáctica, cultura da língua e domínios afins como a comunicação nela expressa». Propõe-se  ainda dinamizar a formação de professores de português ao nível do ensino básico e do secundário e apoiar projectos de licenciatura, mestrado ou doutoramento.

«Considerando a necessidade de reflectir sobre os estudos em língua portuguesa, especialmente no contexto de Cabo Verde, a Cátedra também, promove a cooperação com outras instituições de investigação, nacionais e estrangeiras, nos campos específicos de estudo».

Em declarações recolhidas pela correspondente da agência Lusa em Cabo Verde, a presidente do instituto Camões – nestes dias na cidade da Praia, onde participou na reunião do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa – justificou assim a necessidade do aprofundamento da investigação e a formação de professores em Cabo Verde:

«Foi-nos transmitida [pelas autoridades cabo-verdianas] uma vontade muito clara de que o Português seja a língua de conhecimento. É de facto a língua de escolarização. Há questões particulares, na medida em que há outra língua oficial [o crioulo]» e, daí, as «especificidades» do ensino da língua portuguesa em Cabo Verde e a importância de se aprofundar o seu estudo.

«É preciso investigar, é preciso produzir materiais, é preciso formar professores», adiantou, considerando que, neste «contexto plurilingue», a Cátedra Eugénio Tavares, criada em parceria pelo instituto Camões e pela Universidade de Cabo Verde, é um instrumento fundamental, «da maior relevância» e  «uma questão de futuro».

Com as suas instalações ora inauguradas na Casa da Música, no centro histórico da cidade da Praia, terá um apoio financeiro do instituto Camões de 10 mil euros e contará com um leitor de português em permanência.