Para já, o português ainda não é falado por 200 milhões de pessoas, embora para lá caminhe. Se estiver em breve em quinto ou sexto lugar, já não será mau!
Por outro lado, é preciso notar que a língua chinesa é um mito, porque há várias (por exemplo, os cantonenses e os pequinenses, estes falando mandarim, não se entendem). O «chinês» da Formosa também é diferente, etc. Só há unidade na escrita, por esta ser ideográfica na origem, isto é, não tem letras a corresponder a fonemas, mas ideogramas, restos de hieróglifos. Logo, o chinês (digamos assim para não complicar) só é falado por essa gente toda nas «variedades», tão diferentes entre si como o português do francês, ou o inglês do alemão. Contudo, é a «língua» mais falada do mundo, porque os Chineses são muitos! Em 1972, com efeito, o chinês mandarim já era a língua mais falada, com 580 milhões, enquanto as restantes línguas faladas na China, incluindo o tibetano, totalizavam apenas 154 milhões (o cantonense, que se fala em Macau, era a mais usada a seguir, com 45 milhões); isto segundo a enciclopédia de Linguística Bordas (Paris). Segundo a mesma obra, o português vinha em 10.º lugar, com 101 milhões.
Os dados mais recentes que possuo datam de 1996 e tirei-os de um jornal alemão: chinês mandarim, 952 milhões; inglês, 470; hindi, 418; espanhol, 381; russo, 288; árabe, 219; bengali, 196; português, 182; malaio-indonésico, 155; japonês, 126; francês, 124; alemão, 121. Como se vê estávamos há três anos em oitavo lugar, como língua materna ou oficial.